terça-feira, 4 de março de 2008

Chá das cinco


Chá de poejo para o teu desejo,
chá de alfavaca já que a carne é fraca,
chá de poesia e rabo de saia,
chá de cidreira se ela for solteira,
chá de beldroega se ela foge e nega,
chá de panela para as coisas dela,
chá de alecrim se ela for ruim,
chá de losna se ela bate e rosna,
chá de abacate se ela rosna ou late,
chá de sabugueiro para ser ligeiro,
chá de funcho quando houver caruncho,
chá de trepadeira para a noite inteira,
chá de boldo se ela pedir soldo,
chá de confrei se ela for de lei,
chá de macela se ela não for donzela,
chá de alho para um ato falho,
chá de bico quando houver fuxico,
Chá de estrada quando ela for casada,
chá de marmelo quando houver duelo,
chá de douradinha se ela for gordinha,
chá de fedegoso "para fazer xixi" gostoso,
chá de cidreira para a vez primeira,
chá de jalapa quando for no tapa,
Chá de catuaba quando não se acaba,
chá de jurema se exigir poema,
chá de hortelã até manhã,
chá de erva-doce e acabou-se
(pelo sim pelo não , chá de barbatimão).

Jorge Amado



2 comentários:

Andréa disse...

Que graca, que delicia de poema!

nectardajuci disse...

É demais este poema, né?
Deinha, que maravilha seu blog vegano.
Me apaixonei!
Deixei mil coments lá...ehehehehe.
Beijocas!!!